97 ANOS NO COSTADO

 Não é para qualquer um, não é mesmo

Você tem ideia do que é viver 97 anos? Não, não tem

                 O "Cara" tem 97 (noventa e sete), anos de idade, de vida, vivência, experiência, batalha, luta e sabedoria.

                 Perdeu o pai logo cedo, começou a trabalhar ainda adolescente (naquela época esta palavra nem existia, "adolescente") em um escritório de contabilidade, "Casa Patriarca".

                 Filho mais novo (caçula) de cinco irmãos, começou a trabalhar logo cedo, das duas irmãs a mais velha Dna. Olga (já falecida, com 95 anos de idade), uma exímia costureira, excelente profissional, requisitada por muitas senhoras da alta sociedade da época para criar e costurar vestidos/trajes para eventos da alta sociedade e que através da sua profissão pagou pelo seu estudo e pela sua formação.

                 Estudou e se formou em economia.

                 Homem de caráter ilibado, idoneidade incontestável, honestidade indiscutível e inabalável, com um enorme coração, que não cabe dentro dele e olha que ele já colocou 03 (três) stents e um (hum) marca passo e sempre ajudando e ajuda até hoje seus familiares, descendentes, parentes e aqueles que mais necessitam.

                 Casou-se com Dna. Maria Eliza em, (05/05/1957), juntos e sempre juntos, afinal estão casados até hoje (68 anos), passaram, dividiram, compartilharam, vivenciaram, lutaram e sofreram, enumeras dificuldades e sacrifícios no começo da vida de casados, sempre acreditando que amanhã vai ser melhor.

                     

                 São dois batalhadores (o "Cara" e Dna. Maria Eliza), são dois vencedores, são dois heróis, são dois vitoriosos e sempre juntos, um ajudando e apoiando o outro sem nunca desistirem e ou reclamarem; "Isto serve de exemplo para muitos".

                 Construíram a casa em que residem até hoje, após morarem por 14 meses na casa de sua mãe (Dna. Esquie) e com muito sacrifício e para termina-la precisaram pedir dinheiro emprestado a um padrinho de casamento.

                  No início não tinham móveis algum em sua residência, sem cama (só um colchão no chão) na sala de estar somente caixotes de laranja, que o sogro (Sr. Manoel Ribas, pai de Dna. Maria Eliza) a eles enviou.

                 Tiveram três filhos, o caçula veio a falecer aos 30 anos de idade, porém o casal, mais uma vez superando às dificuldades se manteve unido e unidos também mantiveram a família e todos juntos superaram a perda irreparável (aqueles que por esta situação já passaram, sabem muito bem do que estou falando e que ela, dor, é infinda), porém sempre mantiveram a família unida.

                 O "Cara", após trabalhar na área de Contabilidade da "Casa Patriarca" passou no concurso da "Secretaria da Fazenda Estadual" se tornando "Auxiliar de Agente Fiscal de Rendas do Estado", tempos depois, sim tornou-se Agente Fiscal de Rendas Estadual e ali se aposentou. Mas a estória não termina aqui, não termina mesmo.

                 Como Agente Fiscal de Rendas do Estado, o "Cara", ajudou e auxiliou muitas pessoas, muitos pequenos comerciantes que sim desejavam iniciar o próprio negócio, comércio, pois como tinha e tem um enorme coração e uma capacidade infinda de ajudar, sempre soube discernir aqueles que mais precisavam, aqueles que mais necessitavam de ajuda e uma chance na vida, sempre com um olhar mais humano.

                 O "Cara", também pagou o estudo dos três filhos, até a faculdade e o término do curso e os formou.

                 O "Cara", também ajudou a cada um dos filhos à adquirir uma casa, um Lar, assim como ele.

                 O "Cara" tem hoje, uma esposa, dois filhos, duas noras, quatro netos e um bisneto, uma bisneta e sempre junto com Dna. Maria Eliza (sua esposa), manteve e mantem a família sempre unida e coesa.

                 O "Cara" também ajudou seu sogro, comprando para ele um pequeno sítio no município de Monte Azul Paulista no interior do Estado de São Paulo, para que não precisasse mais trabalhar como empregado de outros, de terceiros e fosse dono de sua própria terra.

                 O "Cara" também ajudou seus irmãos e suas irmãs (inclusive inserindo-as em seu Plano de Saúde) e cuidou de todos os parentes, inclusive de seus descendentes até o falecimento de cada um.

                 

                  O "Cara", também ajudou os dois cunhados (irmãos de Dna. Maria Eliza), nas inúmeras situações que precisaram e necessitaram sem nunca nada cobrar.

                 O "Cara" nunca deixou de praticar o bem, nunca perdeu sua "FÉ' em "DEUS", pois com 97 anos de idade (no costado), junto com sua esposa (Dna. Maria Eliza), ainda hoje rezam o terço todo santo dia.

                 O "Cara", só no ano (2023), esteve internado mais de 10 (dez) vezes na "UTI" e sempre retornou para casa, sua casa, seu lar, só para vocês terem uma pequena ideia, (isto representa mais ou menos uma internação à cada 38 dias) e mesmo sem sair de sua casa, contraiu e na última internação após exames postou positivo para "Covid" e suas variantes e também sua esposa (Dna. Maria Eliza) postou positivo para a "Covid", mesmo sem ambos nunca, desde o início da Pandemia, saírem de sua casa, de seu lar e terem todas às medidas protetivas salvaguardas.

                 O "Cara", permaneceu internado na "Unidade de Isolamento" do Hospital, desde o dia 23/11/2022 até receber alta no dia 03/12/2022, sem nunca reclamar absolutamente de nada. 

                 O "Cara" como um guerreiro invencível, indestrutível e um batalhador que não admite uma derrota, que não se entrega e muito menos desiste da luta, continua resistindo e querendo permanecer vivo e sempre voltar para casa, para o seu Lar que ele construiu com sua esposa Dna. Maria Eliza, voltar para o seu porto seguro, para o ceio da família, da sua família. Este é mais um exemplo à ser seguido. "Jamais desistir, sempre lutar, nunca desistir, batalhar"

                 O "Cara", parece invencível, não desiste nunca, enfrenta cada batalha, cada embate, porque sabe que precisa voltar para casa, sabe que precisa manter a família unida, sabe que é o "esteio" o "porto seguro" o "pilar" da família e de todos os seus familiares e descendentes.

                 Então, para esse "Cara", "Honra e Glória", "Hurra" (poucos compreenderão), para esse "Cara" eu tiro o meu Quepe, eu bato Continência. Para esse "Cara", eu dou a minha vida, toda a minha vida.

                 A propósito: Esse "Cara" é o meu "PAI", e a ele toda a minha  "Honra e Glória", todo o meu "Respeito" e toda a minha "Admiração", porque sei que jamais chegarei perto de tudo que ele foi e fez e realizou.

                 Te amo muito meu "Pai". Você é o "Cara".